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Paulo Fonte

Só a verdade libertará a Igreja

D. José Cordeiro enfrenta o escândalo sem medo e com seriedade.

Paulo Fonte(paulofonte@cmjornal.pt) 27 de Março de 2023 às 00:30
As reações a distintas velocidades por parte das cúpulas da Igreja Católica sobre a questão dos abusos sexuais demonstram um atarantado vogar ao sabor da maré da Opinião Pública, uma posição muito pouco consistente com o que se poderia esperar da instituição. Mas não só.

A inexistência de um pensamento comum revela de forma radiosa as dissonâncias internas, reveladoras de um mal-estar quanto à forma de encarar o abalo telúrico capaz de minar os alicerces da fé. A recente tomada de posição do arcebispo primaz de Braga é sintomática de uma alternância na mensagem que poderia ter sido evitada, desde o início, com a coragem necessária para enfrentar a degradante realidade.

D. José Cordeiro sintetizou, agora, o que os mais lúcidos sabiam desde o início, embora muitos crentes ainda acreditassem num milagre. Numa carta aos fiéis da arquidiocese, reconhece ter havido na Igreja “desvalorização, encobrimentos ou silenciamentos” e “ingénuas reparações privadas na ilusão de compensar o dano sofrido pelas vítimas” de abusos sexuais às mãos de membros de clérigos. Haja alguém sem medo de enfrentar a verdade, sabendo que só a verdade libertará.
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