Na primeira semana de maio escrevi neste espaço um artigo com o título "Afinal ainda é cedo". Agora que estamos na primeira semana de junho repiso o tema. E porque entendo que é devido, volto a chamar a atenção dos leitores.
Desde, pelo menos, junho/julho do ano passado, há um ano, que uns diziam, outros escreviam e mais outros analisavam, e mais alguns comentavam, que eu tinha de decidir se era ou não candidato à Câmara Municipal de Lisboa. Escreveram-se editoriais injuntivos e imperativos sobre o tema. Em setembro, Assunção Cristas declarou que era candidata e então, a partir daí, é que o brado aumentou, principalmente no seio da força política a que pertenço, embora, mande a verdade dizer, que não só lá.
Dizia-se que era incrível o facto de a líder do CDS andar sozinha em campanha e ninguém do PSD no terreno. De quando em vez, aparecia uma entrevista de um alto responsável a dizer que o PSD era um grande partido e não iria ficar eternamente à espera daquele que tinha desafiado a candidatar-se.
Estávamos ainda no ano de 2016. Passou a entrada no novo ano e, então aí, quase se deram vertigens e desmaios: ainda não havia candidato, ainda não havia campanha na rua. Como era possível a dez meses das eleições? Passou fevereiro, passou março e aumentava a indignação entre os defensores da moral partidária e da pureza do sistema político: como é que o maior partido da oposição não andava ainda a fazer campanha para a capital do país?
Escolheu-se a candidata, mas passou abril e passou maio, e entrámos em junho, e de campanha, que se saiba, nada. Diga-se, em abono da verdade, que nem campanha desta candidata nem dos outros, à exceção de um cartaz ou outro do BE ou do CDS. A campanha de rua de Assunção Cristas praticamente sumiu, pelo menos o eco da mesma.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa ainda nem sequer esclareceu se é candidato ou não, o candidato do PCP vai falando sobre outros assuntos e de campanha autárquica para Lisboa verdade, verdadinha, a única palavra que a define é: NADA.
Portanto, só para os leitores poderem concluir, quem tinha razão era eu e os outros, ou são cínicos e gostam de dizer falsidades, ou então a realidade desmentiu-os em absoluto.
Era perfeitamente escusada toda aquela algazarra e as muitas quezílias e divergências, suspensões, demissões e confrontações que existiram. Que pena continuar-se a fazer política assim.
Por trás das campanhas
Marketing Político – Noções e Outras Histórias’ é o mais recente livro de José Paulo Fafe, antigo jornalista e consultor em estratégia eleitoral, tendo sido responsável por diversas campanhas políticas, não só em Portugal, mas também no Brasil, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
Fez campanhas ainda no Chile e Argentina. E é esse acumular de experiência política e conhecimento das práticas do marketing político que este livro nos oferece. Permite-nos ainda conhecer o percurso profissional de um "bem-sucedido marqueteiro". O livro deve ser lido com atenção por quem trabalha na área, mas também por quem quer conhecer o assunto, porque se trata de uma leitura acessível e clara. Tem prefácio de Mário Mesquita, que merece sempre leitura, e um texto prévio de Duda Mendonça, o número um dos marqueteiros.
Trabalho que dá frutosOs frutos do trabalho de Luís Filipe Vieira medem-se também pela "facilidade" com que o Benfica faz grandes transferências de jogadores. Temos Ederson, mas outros se seguirão como Nélson Semedo e Lindelof. E vêm depois de Di María, Matic, Ramirez, Fábio Coentrão e Renato Sanches.
E a prova da diferença para os rivais é que só agora esses querem contratar Maxi Pereira, Coentrão, entre outros. Tem sido um grande trabalho de organização.
FIGURAS Lua CheiaAngela MerkelA reação da chanceler alemã ao afirmar publicamente, este domingo, em Munique, que a Europa tem de tomar o tema da segurança com as suas próprias mãos demonstra solidez e firmeza política.
Quarto CrescenteJean-Claude JunckerMesmo que ainda um pouco confuso e generalista, o texto apresentado esta semana sobre a união económica e monetária é um bom contributo para o ciclo novo que se espera na UE.
Quarto MinguanteTheresa May Aquilo que parecia ser uma vitória folgada nas eleições legislativas de dia 8 começa a assumir contornos preocupantes para a primeira-ministra, que corre o risco de perder vários lugares no Parlamento.
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