Segundo um trabalho publicado hoje no Jornal de Negócios, os bancos emprestaram, desde o início do ano, 20 milhões de euros por dia para a compra de casa, o arranque de ano mais forte desde 2010.
As razões são várias: os bancos estabilizaram o balanço e estão de novo interessados em aplicar recursos, em créditos com ‘spreads’ mais elevados do que no passado; as Euribor continuam negativas, dando uma prestação mensal ‘simpática’; as rendas voltaram a disparar, atirando mais pessoas para a opção da compra de habitação; e o alojamento local, à boleia do turismo, está a retirar muitas casas do circuito de arrendamento normal de longa duração. Mas é importante não nos deixarmos iludir com toda esta facilidade. Há riscos, e muitos, como a história recente nos devia ter ensinado.
O valor negativo das Euribor é uma anormalidade histórica que não se vai manter para sempre. O imobiliário está a subir e poderá subir por mais alguns anos, mas ficou já provado que o valor das casas não puxa sempre para cima.
Estes são os ingredientes de um cozinhado que, por agora, apetece; mas que pode acabar numa valente indigestão para clientes, bancos e economia.