Arménio Carlos e o seu diretório regressaram de dois anos de férias com unhas e dentes afiados. A prosa da última reunião saiu do baú da azia e distribui ameaças pelo governo da geringonça. Ou sim – reforma aos 65 anos, 25 dias de férias, 35 horas de trabalho semanal sem perda de direitos; ou sopas – e a tropa sindical deixa a trincheira e mostra ao Governo que acabou a brincadeira.
É evidente que "cão que ladra não morde" e este comportamento faz parte de uma estratégia do Partido Comunista e do seu braço armado, a CGTP, para afastar reformados e funcionários públicos, entre outros setores, da viagem de António Costa para uma governação ao centro.
Arménio lança os foguetes e Jerónimo apanha as canas, entre uma generosa disponibilidade de ir para o Governo e uma absoluta indisponibilidade para a reedição da geringonça. E vão ser assim os próximos tempos – com picos na ameaça ao Orçamento – em que vale tudo para que o poder de influência na governação se mantenha no perímetro de ação dos comunistas.
Carlos Silva, da UGT, considera de "enorme irresponsabilidade" o que Arménio Carlos está a fazer na Autoeuropa. Não é irresponsabilidade. É puro trade-off.