A 5 de maio de 2005, Paulo Alves, 23 anos, e António Abrantes, 29, faziam com outro colega da PSP a patrulha do Bairro da Falagueira, Amadora, quando pediram a um indivíduo que se identificasse.
A resposta chegou em forma de balas. Ambos morreram. O terceiro escapou. O autor dos disparos, Marcus Fernandes, foi condenado a 25 anos de prisão, ainda no Tribunal da Boa Hora, e há menos de um ano tentou reduzir a pena invocando "padecer de rigidez articular da primeira falange do indicador direito desde os 18 anos".
Já os agentes da PSP abatidos em serviço só no sábado foram homenageados com um louvor póstumo. Um acontecimento que passaria despercebido no meio do escândalo que está a corroer o Brasil, das incertezas sobre a banca portuguesa e dos acessos de fúria de Jorge Jesus, não fosse a ministra da Administração Interna, Constança Urbano Sousa, ter chorado na cerimónia.
Obrigado por isso e, acima de tudo, por dar esperança de que com ela – e quem sabe daqui para a frente – Portugal não tardará uma década a homenagear polícias que morrem em serviço e fará mais pelos que fazem da defesa dos outros profissão. E os outros somos todos nós.