O parquímetro foi inventado por Carl C. Magee em Oklahoma City, em 1935. Está instalado em 70 cidades em Portugal e existe no Porto desde 1982. Faço este esclarecimento porque uma estranha coligação entre o PCP e alguns anónimos tem procurado passar a ideia de que fui eu que inventou o aparelho que serve, em todo o Mundo, para regular o estacionamento público nas cidades.
Compreendo os anónimos, cuja natureza cobarde mais vale ignorar, o que inclui emails, panfletos e páginas de Facebook. Só não compreendo o PCP, porque me parece evidente que taxar o estacionamento é uma medida protetora dos residentes, comum a quase todas as cidades do mundo, promotora do transporte coletivo e defensora do ambiente. Também não compreendo porque, em Matosinhos, foi o vereador comunista a propor, este ano, a duplicação dos lugares de estacionamento pago naquela cidade vizinha ao Porto, e que decidiu concessionar o sistema.
E foi com o voto favorável do PCP que, também este ano, a Câmara de Lisboa decidiu estender os parquímetros a toda a cidade – repito, a toda a cidade –, o que custará mais de 14 milhões de euros à autarquia. A medida justifica-se, no documento aprovado pelo PCP, com os pedidos dos moradores das zonas ainda não abrangidas. E, note-se, em Lisboa já existiam 50 mil parquímetros, contra os 6 mil do Porto.
Os parquímetros servem para cobrar os valores a quem estaciona e multar quem não paga. A concessão resolve o problema dos impedimentos de contratação de recursos humanos por parte das autarquias, liberta os meios de fiscalização municipais para outras tarefas e é tão eficaz em Matosinhos, onde a CDU a propôs, como é no Porto, onde se opôs. Seja como for, posso garantir que não inventei os parquímetros, não alterei as zonas onde podem ser instalados e a única alteração de preço que fiz foi reduzir a avença anual dos moradores de 400 para 25 euros.
Resta dizer que o estacionamento pago não tem como único objeto a receita municipal. Faz parte de uma estratégia de mobilidade, garantindo a rotação do estacionamento, evitando que este se faça em segunda fila. E isso resulta num benefício óbvio, quer para os moradores que assim encontram lugar com mais facilidade, quer para os comerciantes que assim têm melhores acessibilidades para os seus clientes.
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Alternativas: Nova temporada do Teatro - Ópera no São JoãoO Teatro Nacional São João (TNSJ) assinala o Dia Mundial da Música, dia 1 de outubro, com o regresso da ópera à cidade do Porto. ‘Cinco Formas de Morrer de Amor’, da autoria da soprano Catarina Molder, é uma das estreias da nova temporada do teatro e conta com duas sessões, no dia 30 de setembro e 1 de outubro, ambas às 21 horas. Nesta incursão de canto de amor e morte, a soprano Catarina Molder estará acompanhada em palco por um quarteto de cordas constituído por Afonso Fesh e Sara Silva (violino), Trevor McTait (viola) e Vanessa Pires (violoncelo). O espetáculo é uma produção da Ópera do Castelo, e o preço dos bilhetes varia entre os 7,5 euros e os 16 euros. A aproveitar para quem gosta de ópera e não se cansa de revisitar a magnífica sala do Teatro Nacional São João.
O meu Facebook: Melbourne - o diálogo de Luís Paixão MartinsExtraído da página do empresário da comunicação: "Li que Melbourne é a melhor cidade do mundo para viver." - "Mas sabes que o estacionamento lá é todo pago e custa uns 15 euros por hora?" - "Eh pá, não me digas. Eles ganham assim tanto mais do que nós?" - "Não." - "Então como fazem para pagar o estacionamento?" - "Deixam o carro em casa e viajam de elétrico." - "De elétrico? Coitados, nem metro têm?" - "Têm uns comboios a que chamam Metro mas andam quase sempre à superfície e é para ligar o centro de Melbourne aos arredores." - "E porque não têm metro no centro?" - "Porque o metro custa a fazer umas 20 vezes mais dinheiro do que o elétrico. Desconfio que os 15 euros por hora do estacionamento também têm alguma utilidade."