O Governo lançou a confusão e a discórdia no seio das empresas privadas quando anunciou a tolerância de ponto nas pontes que antecedem os feriados de 1 e 8 de dezembro. A tolerância só é válida para os funcionários públicos. Para o setor privado, António Costa aconselhou as empresas a fazer o mesmo, mas não decretou a medida, nem está disponível para a pagar.
E o mesmo Governo que sugere folga para os privados, considera que os pais impedidos de trabalhar nos dias em que as escolas estarão encerradas não devem receber o subsídio previsto na lei que compensa pelo menos parcialmente a perda de remuneração. A lei feita para a primeira vaga do confinamento ainda está em vigor, mas a ministra da Presidência já garantiu que os pais não serão ressarcidos por eventuais perdas de rendimento com o acompanhamento dos filhos. Têm falta justificada, mas não recebem.
Em causa estão dois dias de vencimento que significa 7% da remuneração mensal.
Muitos pais que trabalham no privado ou abdicam de parte do salário, ou deixam as crianças com os avós, se puderem. Em tempo de pandemia, esta emenda arrisca-se a ser pior do que o soneto.