Seria de pasmar – não fosse Portugal um País muito particular – a distracção dos que servem honradamente a causa pública com a falta de exigência de um maior rigor no controlo dos proveitos dos titulares de cargos políticos.
Teriam toda a conveniência em ser os primeiros a reclamar maior capacidade de ataque contra a corrupção. Nada fizeram. Têm assistido – com um silêncio cúmplice – ao empobrecimento do País e ao enfraquecimento do Estado. Dirão que o combate à corrupção não se esgota nas leis penais. É verdade. Mas o confisco dos bens ilegitimamente adquiridos durante o exercício de funções políticas – e a prisão dos corruptos – torna a Justiça muito mais forte e eficaz nessa guerra que se sabe prolongada.