Com a escalada da crise no Governo, custa a crer que o Conselho de Estado marcado para hoje tenha a ordem de trabalhos dominada pelas "perspetivas da Economia portuguesa no pós-troika, no quadro de uma União Económica e Monetária efetiva e aprofundada"…
Mas o tema da tensão no Executivo será certamente abordado na reunião, tanto mais que, no caso de uma rutura da coligação, é ao Presidente da República que caberá o papel decisivo.
A última tomada de posição de Paulo Portas na questão da chamada ‘TSU dos pensionistas’ – em que deu garantias, que o Governo não deu, sobre a não aplicação da medida, com a qual afirmou ser "politicamente incompatível" – representou um esticar da corda, mas o mais provável é que o CDS continue a fazer jus aos seus amplamente provados talentos de equilibrista, capaz de ter um pé dentro e outro fora do Governo, até uma ocasião propícia para o salto fora de cena.
A rutura da coligação será, pois, uma questão de tempo. Ao CDS não interessa manter até ao fim a ligação com um Governo caído em descrédito, a qual poderia penalizá-lo seriamente nas urnas, fazendo-o regressar aos tempos em que era simplesmente o ‘partido do táxi’…