A ministra da Saúde considera "criminoso" que se critique a gestão da pandemia. E tem o discurso de ‘quem dá o que pode, a mais não é obrigado’.
Para ser ministro é preciso querer e ser convidado. Mas é essencial que se tenha a noção da obrigatoriedade de ser escrutinado. O Governo não se pode esconder atrás de um obreirismo voluntarista, ou do trabalho dos serviços públicos, para se furtar ao escrutínio.
Deve haver escrutínio político, jornalístico, judicial, dos cidadãos, em primeiríssima linha. E se o Governo fez coisas bem, também tem tido falhanços monumentais. Desde logo, o ministro da Educação, que já deveria ter sido remodelado. O incumprimento das promessas de equipamento para as escolas é terceiro-mundista.
E a propaganda na distribuição de vacinas não só é pacóvio, como gerou um nefasto efeito de confiança ilusória. A abertura natalícia foi um desastre. Tal como este confinamento tem decisões absurdas. Mas a ministra pode ficar descansada. Os portugueses não sancionaram nas urnas os responsáveis pelas más decisões, como Marcelo e Costa, que, pelo contrário, ganharam em toda a linha.
Um nas urnas, outro na estratégia para ganhar mais à frente. Um e outro estão livres do castigo pelo Covid.