A engenheira Carla Alves pode ser uma mulher séria e também temos de respeitar a presunção de inocência do seu marido, o ex-presidente da Câmara de Vinhais, que ainda não foi julgado. Mas o que estava em causa na nomeação da nova ex- secretária de Estado da Agricultura, não era uma questão criminal, era apenas política. Em matérias de gestão da coisa pública já os romanos ensinavam que à "mulher de César não basta ser séria, tem de parecer séria". Esta máxima atribuída a Júlio César é fundamental para que os cidadãos confiarem nos políticos que nos governam e nas instituições.
O marido já disse que os mais de 700 mil euros que a PJ considera injustificados, não são da responsabilidade da mulher. São só dele, mas ela também tinha o nome em pelo menos uma conta. O ex-autarca também inovou na semântica ao precisar que as contas não foram arrestadas, apenas os saldos.
O PS que é um dos dois grandes partidos com implantação nacional, mas parece que não tem nenhum tipo de controlo interno de quadros, que pouparia o primeiro-ministro a sucessivas vergonhas com erros de ‘casting’. Quanto a Carla Alves arrisca a ter cadastro, antes de ter currículo político.