No dia em que, banido da elite de Davos, Vladimir Putin anunciou uma contração da economia da Rússia, em 2022, de apenas 2,5% – o que indiciaria um fracasso das sanções contra Moscovo –, Volodymyr Zelensky sofreu o mais duro golpe desde o início da guerra.
A queda de um helicóptero junto a um infantário de Brovary matou o ministro do Interior, Denys Monastyrsky, um advogado de 42 anos que era também o braço-direito do Presidente ucraniano. O acidente – os primeiros indícios afastam a hipótese de um ataque russo ou disparo de ‘fogo amigo’, mas não a tese de sabotagem – matou outros responsáveis do governo e uma criança.
Membro do Conselho Nacional de Segurança e Defesa, órgão que traçou a estratégia de guerra, Monastyrsky foi um dos poucos que permaneceram ao lado de Zelensky em Kiev quando os russos tentaram invadir a capital, no início do conflito.
Exímio na sombra, teve um papel primordial na troca de prisioneiros durante o dramático cerco à siderurgia Azovstal e, antes de integrar o executivo de Zelensky, foi um parlamentar modesto, mas corajoso e, sobretudo, impermeável a escândalos. Monastyrsky fará muita falta a Zelensky para enfrentar a nova e difícil fase da guerra.