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Correio da Manhã

Opinião
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O drama de Marcelo

Coabitação será difícil mas Costa ainda é dono do seu caminho.
Eduardo Dâmaso(eduardodamaso@sabado.cofina.pt) 22 de Março de 2023 às 00:32
O Presidente da República demoliu o pacote legislativo sobre a habitação. Antes, já tinha exercido a sua magistratura de influências noutras frentes problemáticas para o Governo. Foi assim com a sucessão de casos e casinhos, que levaram a várias demissões. Tem sido assim com a exigência colocada sobre alguns dos pilares do executivo, como Fernando Medina, ou em todo o dossiê TAP.

Na verdade, Marcelo deu logo no discurso de posse sinais de que iria subir a fasquia e, sobretudo, travar cenários que poderiam passar pela saída de António Costa, a caminho da presidência do Conselho Europeu, sem eleições legislativas antecipadas. Agora, com a já famosa ‘lei-cartaz’, espécime das velhas ‘leis-para-inglês-ver’, muito em voga na área penal, Marcelo deu um passo em frente. A coabitação sem o testemunho de papéis, atas ou gravadores, como sublinhou o Presidente, vai ser muito difícil. Mas não apaga, no essencial, o drama de Marcelo. Está muitíssimo longe de ter uma alternativa no PSD.

Por outro lado, o calendário e as circunstâncias políticas não facilitam, para já, a entrada em cena de nenhuma outra liderança. Nem Passos nem Moedas. Sem um terramoto nas europeias ou uma queda livre do PS e do primeiro-ministro, Marcelo terá de aguentar a maioria absoluta até ao fim. Ainda está tudo nas mãos de António Costa.
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