O descampado em Almada onde o governo apresentou as medidas sobre habitação é uma imagem alegórica, um símbolo perfeito da política do setor até agora dos executivos de António Costa. Por nada ter sido feito nos últimos anos e por causa da subida dos juros e pelo facto de na crise financeira de 2008 terem falido centenas de empresas construtoras, o País está sem casas decentes para milhares de famílias que precisam de morada e que não podem pagar os preços exorbitantes gerados pela bolha inflacionista, que disparou nos últimos anos.
Este plano tem boas intenções, algumas medidas úteis e outras completamente estúpidas. O fim dos vistos ‘gold’ e o ataque a um negócio que prosperou na última década, o Alojamento Local, não passa de um erro económico deliberado, motivado apenas por questões ideológicas. Os imóveis devolutos num País que tanto precisa de habitação são um paradoxo. Mas tal como o Presidente da República, grande parte dos portugueses duvida da eficácia das medidas para resolver esse problema. Aflito com a pressão, o Governo não poupa cordões à bolsa, com subsídios e um maná de isenções fiscais. Muitas famílias podem poupar dinheiro em mais-valias, se venderem casas e amortizarem empréstimos bancários dos dependentes.
É impossível ter sol na eira e chuva no nabal, mas é mesmo preciso aumentar a oferta de casas a preços que as famílias possam pagar.