A jornada de Lisboa
A Jornada da Juventude deixa o País ‘despido’. Alguém pensou nisso?
Paulo João Santos
7 de Junho de 2023 às 00:32
Durante uma semana, o País é a Jornada Mundial da Juventude, o resto é paisagem. Uma paisagem nada serena nem tranquila. A vinda do Papa concentra polícias, médicos, enfermeiros, serviços secretos, GNR, forças de elite, bombeiros, INEM, autocarros, ambulâncias, tudo o que mexe. D. Américo, o mestre de cerimónias, admite que Lisboa estará um caos, mas o que preocupa mesmo é o País fora das fronteiras do Parque Tejo-Trancão, na força do calor e início das férias grandes, com milhares de pessoas à beira-mar ou à beira-rio e em plena época dos fogos.
Faz agora um ano que Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, deixou o aviso: “Agosto não é um bom mês para ter acidentes ou doenças.” No agosto que aí vem, a perspetiva é ainda mais medonha. Atenção redobrada em casa e na rua, é bem provável que não haja ninguém para nos proteger. Situações haverá que andarão perto do salve-se quem puder.
Não creio que se tenha pensado no assunto quando Portugal assumiu a responsabilidade de organizar o evento. Dá a ideia que o planeamento foi feito a posteriori, em jeito de tapa-buracos, não se olhou para a realidade nem se teve em conta a falta de meios. Agora não há nada a fazer. É andar para a frente de crucifixo na mão.
Ver comentários