A Europa está a assistir a uma nova vaga da pandemia. É sobretudo uma onda de não vacinados que sobrecarrega os sistemas hospitalares e obriga alguns países a aplicar de novo medidas restritivas. Não deixa de ser estranho que numa população tão escolarizada, com tanto acesso à cultura, haja um crescente descrédito da ciência por parte da população, uma tendência reforçada pela anomia alimentada pelas redes sociais acéfalas.
Como se prova pelo exemplo português, as vacinas salvam vidas, não impedem totalmente o contágio, mas reduzem substancialmente quer a capacidade de transmissão do vírus, quer os números de casos graves, internamentos e mortes, diminuindo os efeitos da doença.
Ao contrário do que possa parecer nas discussões propagadas nas redes sociais, as provas científicas não têm o mesmo valor das profecias de feiticeiros ou de crenças. Pensava-se que esse tema já estava ultrapassado desde o Iluminismo do século XVIII, mas novas formas de obscurantismo estão a ganhar terreno.
É fundamental que se recorra à ciência para travar esta peste e evitar que novas variantes deitem por terra o esforço titânico já realizado para travar a pandemia.