O PSD ganhou as eleições da Madeira mas quase conseguiu transformar a vitória numa derrota. Se ficasse pelos factos e pelos mecanismos normais da democracia, a negociação, Miguel Albuquerque faria, tranquilamente, uma solução de governo com a IL ou o PAN. Será essa a solução a que o PSD vai chegar mas com um problema político pelo meio.
A bravata arrogante de dizer que se demitiria caso falhasse nas urnas a maioria absoluta comporta, em primeiro lugar, um problema de credibilidade sobre a sua palavra. Depois, impediu que se discutisse o óbvio. O PS sofreu uma pesada derrota, dando o maior contributo para o salto do Chega dos 600 para os 12 mil votos. Por fim, sujeitou Luís Montenegro a um penoso exercício de justificação do falhanço da maioria absoluta, quando se preparava para celebrar o início de uma vaga de fundo que o levaria a São Bento. Por fim, a arrogância de Albuquerque escondeu outra maior, a de António Costa e do PS nacional, que se evaporaram da noite eleitoral e mandaram, não uma figura secundária, mas uma inexistência absoluta comentar o resultado. Aqui chegámos: ao rolo compressor da maioria absoluta continental e à incapacidade do PSD em construir uma alternativa consistente.