Serviço Nacional de Saúde (SNS), que tantos tratos de polé tem sofrido, ainda é dos serviços públicos de excelência deste País, continua em boa posição nas comparações mundiais e merece ser defendido e protegido.
Com o caos nas urgências e a guerrilha entre Governo e profissionais há muitas críticas. Mas, por exemplo, os imigrantes brasileiros notam a diferença para melhor, tal como as mães da Índia e do Nepal, que chegam para ter um serviço de maternidade de primeiro mundo. Outra prova do sucesso do SNS é o aumento de esperança média de vida, que ganhou mais de uma década em Portugal desde que o SNS foi instituído. O SNS é servido por milhares de profissionais competentes e empenhados, desde médicos e enfermeiros, a técnicos e auxiliares. São eles que aguentam de pé este serviço.
Talvez seja preciso mais financiamento, mas o problema não é só dinheiro, até porque o Estado tem aumentado significativamente a despesa com a Saúde. Outro mistério é a falta de médicos, mas Portugal até tem um bom rácio de clínicos por habitantes, quando comparado com outros países da OCDE.
Inegável é a existência de um grave problema político na gestão do SNS. O novo modelo de liderança tem muitas virtudes no papel, mas ainda não provou na realidade que é capaz de alcançar os objetivos. A Saúde precisa de um choque de boa gestão, com avaliação externa, para termos a certeza que o nosso dinheiro está a ser bem aplicado num serviço fundamental.