Uma situação de emergência deve ser enfrentada com força, pragmatismo, soluções rápidas e criativas. Assim foi na vida de todos, dos portugueses e do País, quando a pandemia Covid irrompeu. As famílias tiveram de adaptar-se à nova situação, o Estado também, aprovando leis adequadas à emergência das compras de material necessárias.
Agora, uma auditoria do Tribunal de Contas vem dizer que o Estado fez demasiados contratos por ajuste direto, sem sujeição a visto prévio e abusando da “urgência imperiosa” ou da “estrita necessidade”, critérios que não foram suficientemente fundamentados.
Em Espanha, a falta de transparência na forma de comprar máscaras e um facilitador demasiado próximo (irmão) de Isabel Ayuso, presidente da Comunidade de Madrid, deu origem à crise que derrubou Pablo Casado da liderança do PP.
Por cá, o bolo em análise é quase de 2 mil milhões de euros e as situações são muito variadas. Espera-se que a figura do facilitador não tenha entrado em cena mas, atendendo à tradição portuguesa e à monumental acumulação de dinheiro feita por alguns dos atores, é pouco provável que não tenha acontecido. Aguardemos!