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Correio da Manhã

Opinião
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De Costa a Montenegro

Costa mostrou no Parlamento que a direita não tem ainda uma alternativa.
Eduardo Dâmaso(eduardodamaso@sabado.cofina.pt) 24 de Março de 2023 às 00:32
A maioria absoluta requentada e o primeiro-ministro cansado mostraram quarta-feira, no Parlamento, que a velha tensão entre a realidade e a perceção vai acompanhar-nos mais algum tempo neste ciclo político. Foi um António Costa muito preparado, enérgico, com propostas, discutíveis, é certo, mas propostas, e umas deixas assassinas para o Palácio de Belém que vimos.

Costa mostrou que a bola está do seu lado. Sobretudo, ficou claro que à maioria aritmética da direita nas sondagens não corresponde uma solução política. Mostrou que não está disposto a ceder num cenário de coabitação com Marcelo, em que este queira colocar-se acima das políticas do Governo. Os recados foram evidentes, marcando um tempo novo na relação entre os dois, depois do episódio da ‘lei-cartaz’, em matéria de habitação. Costa saiu reforçado e neste quadro político torna-se cada dia mais importante olhar para o PSD.

Montenegro é penalizado por não estar no Parlamento e isso voltou a verificar-se. O grupo parlamentar não se bateu à altura de Costa. Pior: aparentemente não conseguiu sequer resolver a suspensão do mandato de Pinto Moreira, investigado na ‘Operação Vórtex’. Tinha anunciado a suspensão mas, até ontem, ela não tinha acontecido. Beliscando, obviamente, a autoridade do líder.

De Costa a Montenegro, paira, afinal, uma imensidão de dúvidas sobre o líder do PSD.
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