Estratégia Laranja
PSD está longe da maioria absoluta e sem dinâmica de vitória.
Paulo João Santos
6 de Junho de 2023 às 00:32
Num cenário de eleições antecipadas, os portugueses defendem que o PSD deverá concorrer sozinho e deixar eventuais coligações para quando forem conhecidos os resultados. Olhando as sondagens, não creio, contudo, que seja a melhor estratégia, uma vez que os social-democratas estão muito longe de uma maioria absoluta e não se vislumbra dinâmica de vitória. Seria mais aconselhável que concorresse coligado, por forma a não desperdiçar votos – o calcanhar de Aquiles do nosso sistema eleitoral. Perto de 15% dos votos nas últimas legislativas foram para o ‘lixo’.
Mas há um problema maior: numa geringonça de direita, uma ampla maioria não quer lá o Chega. É certo que se a sondagem fosse realizada apenas junto do eleitorado de direita é provável que houvesse um maior equilíbrio entre os que contestam e defendem uma coligação pós-eleitoral PSD-Chega, mas a resistência à entrada de Ventura num Governo de direita é evidente.
Este vai ser o elemento central das futuras eleições legislativas, antecipadas ou não. E as europeias do próximo ano serão um barómetro importante para perceber até que ponto o PSD precisa do Chega para regressar ao poder e como dará a volta ao texto nessa eventualidade.
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