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Correio da Manhã

Opinião
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MP a duas velocidades

Os processos eternizam-se ou são mal investigados. Deixam as pessoas penduradas na suspeição.
Eduardo Dâmaso(eduardodamaso@sabado.cofina.pt) 24 de Janeiro de 2023 às 00:31

O tiroteio sobre o poder judicial, como se previa, começou. Políticos e comentadores encartados no ativismo da indignação, uns mais esclarecidos do que outros, metem tudo no mesmo saco. Há quem fale de violação do segredo de justiça onde ele não existe. Ou da famosa judicialização da política, como se estivéssemos à beira de uma república de juízes. Tenham calma.

No essencial, estamos a falar de um Ministério Público (MP) a funcionar aos altos e baixos. Não é bom, obviamente, mas não é uma crise do sistema. Estamos perante um MP eficaz e competente a norte e em muitos outras latitudes. Os casos de corrupção em Espinho, Montalegre ou Vinhais investigados em tempo real provam-no. Mas também temos outro, indolente, incapaz e em roda livre, que é o do DIAP de Lisboa. É um caso muito sério, o do DIAP de Lisboa, mas pontual.

Os processos eternizam-se ou são mal investigados. Deixam as pessoas penduradas na suspeição. Isso é muito mau, não devia acontecer, alguém deveria travar isso. Mas não é o retrato do sistema judicial.

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