Vencida uma década de brutal asfixia de meios financeiros, técnicos e pessoas, a Polícia Judiciária volta a ter os meios necessários para que as suas equipas de investigação possam funcionar com normalidade. A PJ volta a ter inspetores para poder trabalhar em todos os processos, sem ter de proceder a uma complexa geografia processual de prioridades. Volta a ter um quadro previsional seguro para contratar peritos, para adquirir o software necessário para necessidades tão correntes como desencriptar telemóveis. Volta a ter carros e edifícios renovados. É certo que tem um gigantesco desafio pela frente, com a entrada de quase 600 inspetores do SEF, portadores de uma cultura e oriundos de uma organização muito diferentes daquela que tem a PJ e os seus profissionais. Mas, para já, os resultados estão à vista. A investigação a esta rede de corrupção no Ministério da Defesa surge depois de outras que deram um manancial de informação e conhecimento substanciais à PJ sobre os meandros dos negócios militares. No combate ao crime económico e em outras áreas a PJ está, afinal, a funcionar como deveriam estar todas as instituições deste País. Com solidez, conhecimento, eficácia e resultados. Um exemplo no meio de tanta incerteza e incapacidade que por aí andam, desde logo no próprio setor da Justiça.