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Correio da Manhã

Opinião
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O tempo do dinheiro caro

O afã do BCE em travar a inflação levou à décima subida dos juros.
Armando Esteves Pereira(armandoestevespereira@cmjornal.pt) 15 de Setembro de 2023 às 00:31
Os sinais da inflação foram mais fortes do que a desaceleração da economia alemã e o BCE optou pela décima subida consecutiva das taxas de juro, uma decisão que prejudica centenas de milhares de famílias e empresas de Portugal e contribuirá ainda mais para o arrefecimento da economia europeia.

O BCE pode ser criticado pelo afã em subir os juros para travar o mais rápido possível a pressão dos preços.

A única boa notícia da reunião de ontem é que o preço do dinheiro na Europa pode ter atingido o pico, se nos próximos meses não houver surpresas negativas do lado da inflação. Por isso, a intenção anunciada quarta-feira pelo ministro das Finanças de estabilizar o valor das casas por dois anos já chega fora de tempo. Agora, com o pico máximo de juros, já não é eficaz impedir aumentos das prestações nos próximos anos, até porque depois de concluído o ajustamento a este ciclo as prestações deverão estabilizar.

Mas se o BCE foi rápido a subir as taxas, será mais lento a baixá-las. Aliás, o cenário de taxas negativas como os que assistimos até início de 2022 é difícil que volte a acontecer. Se a inflação baixar para a taxa de 2% desejada é natural que os juros se ajustem a esse patamar. Mas esse caminho vai demorar e não será atingido em 2024. As famílias têm de contar com as atuais taxas por bastante tempo.
BCE Portugal economia negócios e finanças
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