Barra Cofina

Correio da Manhã

Opinião
9
Siga o CM no WhatsApp e acompanhe as principais notícias da atualidade Seguir

Onde estão as contas?

Os gastos milionários com a JMJ não melhoraram a vida a ninguém.
Paulo João Santos 17 de Setembro de 2023 às 00:31
A festa acabou a 6 de agosto, mas continuamos sem saber quanto custou a Jornada Mundial da Juventude ao Governo, às câmaras e à Igreja, e qual foi o retorno. É certo que do Governo não se espera nenhum relatório e contas, estou em crer que nunca saberemos quando gastou e em quê ou, quando soubermos, já não faz diferença nenhuma; as câmaras, sobretudo a de Lisboa, também não me parecem muito interessadas em divulgar a lista dos custos, preferem inaugurar a ‘obra feita’, um passadiço de madeira com uma ponte sem nome. Mas a Igreja é diferente. Não que tivesse a obrigação de o fazer, mas porque fez questão em dizer que o faria, garantindo inclusive que revelaria tudo até ao cêntimo. É verdade que não apontou uma data, mas já vai sendo altura de informar os fiéis.

Quanto ao retorno, subsistem fortes dúvidas sobre os valores extraordinários apontados pelos organizadores. Nem hotelaria, nem restauração, nem comércio, nem pequenos negócios soltaram foguetes, quase todos admitem que as perspetivas falharam. Não é grave, nestes eventos há sempre limites mínimos e máximos, provavelmente gastou-se mais que o previsto e as receitas não acompanharam as previsões. Grave é o silêncio. O ambiente não é propício a anúncio de gastos milionários que, objetivamente, não melhoraram a vida a ninguém? Não. Mas isso não poderá nunca justificar a falta de transparência.

Ver comentários
C-Studio