Num momento em que a TSF, cujos profissionais saúdo, teve uma greve, regressemos à discussão do jornalismo. O jornalismo sofre uma pressão brutal. Os maiores perigos vêm da sua canibalização pela política e pelo poder económico mas, também, por formas espúrias de ‘comunicação’, eufemismo que traduz uma luta feroz pela influência mediática, por parte de obscuros grupos de interesses.
O poder das agências de comunicação, transformado por alguns num negócio sem ética, o peso excessivo dos anunciantes mais poderosos, uma propriedade opaca das empresas, com dinheiro de origens mais do que duvidosas, são poderes parasitários que atacam o jornalismo. Juntaram-se à perda do poder das redações, à sua proletarização. O xadrez emergente é muito complicado. Não se resolve com subsídios e pozinhos.
O certo é que, como temos visto, é fácil pegar num francoatirador e apostar na deslegitimação do próprio jornalismo, da política, da justiça. Interferindo em eleições ou desancando, porque sim, num juiz. Nunca como hoje a mão cobarde que atira as pedras se pôde esconder atrás do segredo societário e dos seus testas de ferro. Preparemo-nos, pois, para a luta!