Na minha vida profissional tive o privilégio de conhecer muitos quadros e gestores da administração pública. Gente com qualidade, bem formada, com honra, com sentido de serviço público. Gente que sabia que até podia ganhar mais no setor privado, mas para quem o serviço público era uma missão. Não eram gananciosos, pois sabiam que teriam uma reforma condigna. Mas suspeito que alguns dos substitutos deste escola se transformaram em escumalha. Pessoas cheias de ganância, sem princípios, sem escrúpulos, sem honra nem vergonha.
Quero acreditar que estes escroques ouvidos nas escutas das investigações judiciais de suspeitas de corrupção ainda não são a maioria dos quadros que servem o Estado, mas temo que sejam já uma amostra representativa.
As amostras das investigações em curso na Justiça e as escutas telefónicas revelam um submundo tenebroso de videirinhos na administração pública. Gente que não respeita nada, nem os contribuintes, nem o Estado, nem a noção de serviço público.
E quando reconhecem que são como “putas” até estão a difamar uma profissão antiga, com mais ética do que as rameiras sem princípios que controlam a máquina do Estado para enriquecer.