Dois vencedores e um vencido
Luís Montenegro ganha novo fôlego para governar.
O povo falou, e nalguns casos com clareza. Montenegro ganha novo fôlego para governar, o PS sofre uma hecatombe histórica, e Ventura prova que o seu tecto eleitoral ainda está longe.
Os socialistas perdem 20 deputados e quase 365 mil votos em apenas um ano. Deve ficar com um grupo parlamentar mais pequeno que o Chega. Isso é uma humilhação política significativa. Pedro Nuno Santos percebeu o essencial da mensagem, e sai de cena com dignidade. Cabe agora ao PS encontrar um líder que recentre o partido e construa uma verdadeira alternativa. Tudo isto sob pressão da proximidade das autárquicas, e da inexistência de um candidato presidencial. Trata-se de uma crise profunda e perigosa para o futuro do partido. Com a esquerda em crise e afastado o líder do PS, Pedro Nuno, com quem praticamente se tinha incompatibilizado, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai governar, pelo menos, até meados do ano que vem, altura em que o novo chefe do Estado pode alterar as regras do jogo.
Terá mais um ano para tentar neutralizar o crescimento do Chega. Sem essa explosão à sua direita, teria obtido a ansiada maioria absoluta. Curiosamente, ontem fugiu quanto pôde a repetir no discurso de vitória o “não é não” ao Chega. Tentará chamar o adversário até si, alterando a estratégia de combate a Ventura?
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