O melhor Portugal de sempre
Quando a lenda Ronaldo levantou a taça, ela era mais que justa. Este foi o melhor Portugal de sempre.
A forma como a Seleção entrou na final surpreendeu tudo e todos, incluindo a equipa espanhola, espantada ao perceber que os jogadores portugueses não estavam ali para prestar vassalagem a ninguém. A Espanha não perdia há 24 jogos seguidos, e isso dava-lhe claro favoritismo, mesmo junto dos adeptos lusitanos.
Mas a seleção de Portugal começou o jogo a disputar todos os lances, a pressionar em cima os jogadores espanhóis em todo o campo, com vontade de vencer. O arranque da partida deixou os portugueses confiantes na sua equipa.
Talvez tenha sido assim porque o selecionador nacional escalou um onze titular ambicioso, com o meio-campo cheio de criativos. E esta foi a noite em que os criativos trabalharam, e bem. O risco de atuar sem um trinco abriu o flanco aos espanhóis, mas deu uma capacidade ofensiva à seleção portuguesa que assustou o adversário. A insistência em João Neves à direita da defesa desequilibrou a equipa, porque, de início, a Espanha teve duas vias para atacar, de um lado, Yamal, do outro, Nico Williams, com o opositor mais frágil. Os dois golos espanhóis, nascidos dessas duas fragilidades, não destruíram a equipa lusitana, porque Nuno Mendes já tinha começado o recital. Os portugueses estavam ali para contrariar o destino, e só por isso mereciam o respeito de todos os adeptos.
E dos deuses. Que elegeram Ronaldo, para o empate, em mais um recorde, Rafael Leão, que atormentou a defesa espanhola, Vitinha, que mostrou estar muito acima do rival para a Bola de Ouro. Diogo Costa, que defendeu o penálti, e Rúben Neves, que fechou as contas.
A forma como Roberto Martínez orientou a equipa nesta Liga das Nações reconciliou o País com o bom futebol da Seleção. Glória ao selecionador e aos 17 jogadores que disputaram esta final memorável.
Quando a lenda Ronaldo levantou a taça, ela era mais que justa. Este foi o melhor Portugal de sempre.
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