A Casa Branca em vez da cadeia
O ano que agora termina prenuncia um 2025 cheio de dúvidas, interrogações e perplexidades.
O ano que agora termina teve uma série de novos e inesperados protagonistas, assistiu ao regresso triunfal de outros, que pareciam remetidos para os livros de História, e foi palco para vários acontecimentos que prenunciam um 2025 cheio de dúvidas, interrogações e perplexidades.
No início do ano que agora chega ao fim poucos acreditariam no regresso ao poder de Donald Trump. O antigo Presidente parecia estar mais perto da cadeia que da Casa Branca. Uma série de erros dos democratas, que culminou na troca do único político que derrotou Trump nas urnas, Joe Biden, por uma candidata de posições radicais e divisivas, Kamala Harris, em conjunto com a afirmação política do movimento MAGA, agora mais afinado, redundou numa vitória eleitoral de dimensão considerável por parte dos republicanos. E, assim, Donald Trump toma posse para mais 4 anos de presidência já no dia 20 de janeiro, abrindo uma era de incerteza nas relações internacionais. A acreditar nas declarações antigas e recentes do próximo Presidente norte-americano, a guerra na Ucrânia acabará em 2025, mas neste momento ninguém sabe a que preço para os ucranianos, para os europeus e para o mundo. Na faixa de Gaza, massacrada por mais um ano de guerra, situação que justifica a escolha como facto internacional do ano, aguarda-se pelo novo senhor de Washington para vislumbrar uma nesga de esperança no futuro. Tal como estes, diversos conflitos estão à espera do tom e das ações de Trump após a tomada de posse. 2025 tem muito para oferecer.
Se a eleição da personalidade internacional do ano, como se vê, é incontestável, também ao nível interno haverá poucas dúvidas sobre a legitimidade da escolha de Luís Montenegro como protagonista maior. Teve o condão de esperar pelo ocaso da era-Rio para tomar conta do partido. Depois, o destino colocou-lhe nas mãos a oportunidade de ouro para chegar ao poder, subitamente vazio. Numas eleições mais renhidas que o habitual, o líder do PSD conseguiu erguer-se acima de um parlamento quase caótico e dar alguma estabilidade ao País. A aprovação do Orçamento do Estado, tornada possível devido a uma decisão que faz de Pedro Nuno Santos um estadista, foi justamente considerado o acontecimento nacional do ano. Também ao nível interno se configuram uma série de enigmas que o ano 2025 se encarregará de resolver. O desafio da estabilidade política voltará a jogar-se no orçamento, a solidez da maioria estará em jogo nas autárquicas, e o caminho para as presidenciais desafiará o sistema partidário, com a candidatura disruptiva de Gouveia e Melo.
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O ano que agora termina prenuncia um 2025 cheio de dúvidas, interrogações e perplexidades
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