A ideia de que as críticas à operação da PSP no Martim Moniz são um gueto confinado à esquerda não é só perigosa. Ela quer desviar a atenção do importante. E o que importa não é apenas a forma como a PSP faz a prevenção da criminalidade – real, não aparente – que nem o Governo nem a estatística conseguem demonstrar que está a crescer e, muito menos, a sua relação com fenómenos migratórios. Jorge Moreira da Silva, que não é um esquerdista, escreveu na rede social X que “os Direitos Humanos têm de ser defendidos em todo o lado. Não só nos conflitos distantes mas também na nossa rua”.
Os apaniguados do Poder, negacionistas de um óbvio aproveitamento – se não mesmo condicionalismo – da PSP, deveriam estranhar o silêncio, ontem, de Luís Montenegro. O mesmo primeiro-ministro que saltou para as TV em defesa da sensação de segurança após a operação que a PSP preparava desde setembro e que resultou, no essencial, em duas detenções, nada disse quando, por obra do acaso da chamada de um cidadão, a PSP prendeu, sábado à noite, no Parque das Nações, sete suspeitos, apreendeu sete pistolas, munições e uma faca. O planeamento ser vencido pelo acaso na ação da PSP também deveria preocupar Montenegro.
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