Pedro Nuno Santos surpreendeu no debate de ontem. Bem preparado, pode não tirar dividendos eleitorais, mas esteve melhor do que Luís Montenegro em vários momentos. Esteve ao ataque, no apagão energético e na Spinumviva, explicou bem as propostas setoriais do PS. Foi claro e incisivo a desmontar as contradições de Montenegro na empresa familiar, nas relações opacas com os clientes e destes com o Estado, no trabalho não documentado, dando ainda uma estocada forte com a possibilidade de o Governo favorecer a Solverde por omissão, prorrogando a concessão de jogo por falta de um concurso internacional. Foi dos casos ao casino. Se Montenegro tinha equilibrado o jogo até aí, as coisas complicaram-se até final. A tentativa de atacar o líder do PS com a empresa do pai foi um ato falhado. Luís Montenegro não escondeu algum nervosismo, bem traduzido na forma como se refugiou na vitimização, no ataque ideológico a Pedro Nuno Santos, na sua alegada impreparação ou falta de seriedade. Daí até final, quase no essencial, o líder do PSD passou o tempo a tentar passar a tese da estabilidade e a vender um perfil de fazedor. Contra os “ataques pessoais” e a “maledicência”. Acabou por ser pouco, para quem diz estar a reformar a Administração Pública e a construir um paraíso na economia.
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