Israel assinala dois anos do massacre de 7 de outubro de 2023 com esperança e desconfiança. Existe a fé que, desta vez, o plano de Trump para a Faixa de Gaza pode levar, de facto, ao regresso dos reféns - vivos e mortos -, mas permanece o receio de que o Hamas possa abortar um projeto de cessar-fogo para o território palestiniano que manteria aberta a principal ferida existente na sociedade judaica. Certo mesmo é que o segundo aniversário do infame ataque do Hamas contra comunidades e cidades do Sul de Israel e, também, no festival Supernova - que causou mais de 1200 mortos, milhares de feridos e fez mais de 250 reféns - marca também o momento mais frágil tanto militar como politicamente do movimento palestiniano de Gaza desde a invasão israelita daquele enclave. Os reféns são hoje a única arma do Hamas e o grupo sabe bem quanto o seu regresso de Gaza é tema fraturante para a sociedade israelita e quanto o futuro político de Benjamin Netanyahu depende dele, mesmo que, nesta circunstância, amparado por uma muleta chamada Donald Trump. Porque a palavra ‘paz’, como escreveu ontem um colunista do diário ‘Haaretz’, está fora de moda na retórica israelita, mais preocupada na vitória atrás de vitória para moldar o Médio Oriente. E isso não antecipa um grande futuro.
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