As 50 escutas irrelevantes em que intervém António Costa mostram várias coisas. A primeira é que Costa nunca foi alvo de escutas, ao contrário do que foi afirmado em dezenas de horas de comentariado político. A segunda é que o sistema de avaliação dos conhecimentos fortuitos em escutas nunca mais se endireitou desde o golpe de Pinto Monteiro e Noronha Nascimento para salvarem Sócrates da ‘Face Oculta’. O Ministério Público tem culpas, no caso de Costa, mas o Supremo também. Aponta caminhos diferentes sobre a destruição, quando seria suposto isso não acontecer. A terceira é a de que o Ministério Público tem de resolver, de vez, se investiga o crime económico com a PJ ou anda num ‘flirt’ em regime de turnos com a PSP e o Fisco. A quarta é também sobre o MP. Tem de decidir se a hierarquia existe e pode ter palavra na avaliação da estratégia e andamento das investigações. Depois, temos de saber se a hierarquia, por exemplo do diretor do DCIAP ou o próprio procurador-geral, estão lá apenas para figura de corpo presente. A sexta é a de que o jornalismo é essencial na defesa do interesse público, como fez a ‘Sábado’ neste caso, ao contrário do que defendem as figuras de cera que se amontoam à volta da ignorância do doutor Rio e respetivo bando.
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