Paulo João Santos

Jornalista

A surpresa da campanha

31 de dezembro de 2025 às 00:31
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O Conselho de Estado é, por definição, o órgão político de consulta do Presidente da República, do qual fazem parte membros que o são por inerência dos cargos que desempenham ou que ocuparam e por membros designados pelo Presidente da República e eleitos pela Assembleia da República. Nada que suscite grande curiosidade por parte dos cidadãos - “são coisinhas deles”, como costuma dizer um velho companheiro de luta -, mas que entrou a pés juntos na campanha eleitoral. Marcelo decidiu convocá-lo de urgência, a uma semana das eleições, para se aconselhar sobre a... Ucrânia. O Presidente é livre do o fazer, está dentro das suas competência, mas chamar os conselheiros para falar do evoluir de um conflito onde Portugal é um mero espectador, enquanto os candidatos à sua sucessão andam na estrada a convencer os eleitores, não lembra ao diabo. Sendo que dois deles fazem parte da equipa de aconselhamento - Marques Mendes e Ventura. Que apoiamos Kiev e os esforços para a paz, já todos sabemos; que vamos continuar a ajudar os ucranianos, também não é novidade. A partir daqui, não é connosco. Até os motores da Europa - Alemanha, França e Reino Unido - têm dificuldades em se fazerem ouvir. É Trump e a sua administração que estão a mexer os cordelinhos e não gostaram nada de ouvir Marcelo dizer, em finais de agosto, que o seu homólogo dos EUA era um ativo russo. Se já pouco contávamos para a história, fomos riscados do mapa.  

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