Duas semanas antes do início da fase Charlie (o nível máximo do dispositivo de combate aos incêndios) houve um alerta meteorológico para condições extremas e atípicas, propícias à propagação de fogos. Apesar dos avisos, o sistema de Proteção Civil falhou e morreram 65 pessoas em Pedrógão Grande.
Na sequência da tragédia, o País encomendou um relatório a uma comissão de sábios que mostrou a incompetência total da liderança da Proteção Civil.
O sistema que devia garantir segurança aos seus cidadãos mostrou as suas fragilidades e amadorismo ao qual não é estranho o facto de se ter tornado num feudo de escolhas partidárias.
O detalhe dos cursos manhosos à pressão diz muito sobre a forma como o poder político vê este serviço público fundamental.
Duas semanas depois do fim da fase Charlie, a tragédia volta a repetir-se com o mesmo padrão. Houve alertas meteorológicos para um dia atípico com muito calor e vento.
O Sistema de Proteção não adequou os meios. A responsabilidade política deste caos é da ministra da Administração Interna.
O primeiro-ministro não a demite e foge para a frente com a reforma da floresta. O reordenamento florestal é fundamental, mas leva décadas. Para já temos de gerir a floresta que temos.
António Costa está a dar um péssimo exemplo de impunidade no Estado ao segurar a ministra.
Se em Pedrógão as falhas são inaceitáveis, desta vez são imperdoáveis.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt