Eduardo Dâmaso

Jornalista

Medidas muito à Costa

15 de agosto de 2024 às 00:31
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Luís Montenegro quer continuar a reconciliar-se com os pensionistas e a Função Pública. A pensar, obviamente, em eleições que venham a realizar-se a médio prazo. Na rentrée do Pontal fez um discurso interessante, para o centrão e para grandes grupos eleitorais.

Não se alongou nas condições do diálogo político para viabilizar o Orçamento do Estado, não era o lugar nem o momento, mas apresentou-se como um campeão do diálogo social. As medidas aprovadas com professores, polícias, oficiais de justiça e guardas prisionais dirigiram-lhe o discurso para a Função Pública e para construção da tese de que não governa para o curto prazo. Está, defendeu, a governar de forma “estratégica e estrutural” para as próximas décadas e, por isso, quer um apoio eleitoral reforçado. Seja assim ou não, o líder do PSD apresentou medidas ‘à Costa’. Sacudiu as críticas sobre a Saúde e não podendo apresentar-se como um mãos largas, fez contas possibilistas, tanto no passe da CP como nas vagas dos cursos de Medicina, mas sobretudo no cheque avulso para as pensões mais baixas.

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A cavalo dado não se olha o dente, como diz o povo, e Montenegro sabe que os pensionistas são um grupo eleitoral onde o PS há muito se enraizou. E também sabe que, por isso, essa tem de ser uma das suas prioridades. Nem que seja grão a grão. Costa não faria diferente. Ambos conhecem bem o País e o povo.

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