Se há um ano, no fim de 2020, estávamos a fazer o balanço do confinamento, uma experiência que jamais imagináramos possível, muito menos necessária, 2021 trouxe-nos de volta lampejos de uma certa normalidade. Foi um ano bipolar. Como se saltitássemos permanentemente entre a pandemia, com a obrigatória corrida às vacinas, por um lado, e a saborosa consciência de que a vida continua, com os padrões e os códigos de sempre, por outro.
A começar, desde logo, pela política, que reentrou em força no nosso quotidiano, a ponto de marcar a vida nacional com o fim da geringonça, a dissolução do Parlamento e a consequente marcação de eleições Legislativas antecipadas. As placas tectónicas começaram a mover-se na noite de 26 de setembro, quando Carlos Moedas, o furacão, como neste ‘Anuário’ é chamado, arrebatou a autarquia de Lisboa por escassos 2994 votos. A crise política é, justamente, o acontecimento nacional do ano para a redação do ‘CM’ e da CMTV, e isso não é dizer pouco sobre o respetivo impacto para a vida coletiva, uma vez que este foi também o ano da vacinação em massa, relegada para segundo lugar. Da mesma forma, Carlos Moedas foi o único protagonista do ano capaz de rivalizar com o vice-almirante Gouveia e Melo, líder do processo de vacinação, personalidade do ano para a nossa redação, e que revela neste ‘Anuário’ a ambição que todos já desconfiávamos: a sua contribuição para a vida nacional está longe de ter terminado.
Também o futebol teve um papel na referida bipolaridade do ano que está agora em balanço. O título nacional do Sporting, 19 anos depois, encheu o País de multidões vibrantes como há muito não se via, o que, por outro lado, deu origem a uma polémica sobre o eventual agravamento da pandemia. Bipolaridade, cá está. O ano que agora termina viu sair de cena uma das estadistas mais relevantes do século XXI europeu. A chanceler Angela Merkel entregou o poder ao líder do partido rival, mas que era seu número 2 no governo, numa arquitetura política só possível na Alemanha. Merkel perdeu, porém, a eleição para figura internacional do ano do ‘CM’ e da CMTV, estatuto arrebatado pelo homem que afastou Trump. Os grandes fracassos que marcaram o início do mandato de Joe Biden, como a atabalhoada retirada do Afeganistão, acontecimento internacional do ano, não mancham, para já, este estatuto.
Caro leitor: 2021 foi também mais um ano de afirmação do ‘Correio da Manhã’ e da CMTV, projeto de informação independente de todos os poderes, sejam eles políticos, financeiros, económicos ou religiosos. Somos bafejados pela sorte de termos a preferência dos cidadãos livres consumidores de informação de qualidade. Lideramos o mercado da imprensa escrita, lideramos na internet, lideramos a informação na televisão por cabo. Tudo isto graças a si, que nos acompanha todos os dias, segundo a segundo, nas mais variadas plataformas. 2021 trouxe um novo diretor e uma nova direção, mas cumprimos o primeiro objetivo a que nos propusemos: continuar a fazer do ‘Correio da Manhã’ o seu ‘Correio da Manhã’ de sempre. Assim será também em 2022. Bom ano novo para todos!
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