Paulo João Santos

Jornalista

Um Papa universal

22 de abril de 2025 às 00:31
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As mensagens e declarações de pesar pela morte do Papa Francisco chegaram de todo o Mundo e de todos os quadrantes, de Trump a Putin, sublinhando a humildade e a simplicidade com que exerceu o pontificado, sempre preocupado com os mais pobres e os mais desfavorecidos, a que aliou constantes apelos à paz, sobretudo no Médio Oriente, na Ucrânia, no Sudão. Um grande homem e um grande pastor.

Mas não deixa de haver nestas declarações uma boa dose de hipocrisia. Olhando o mundo que nos rodeia, fica a certeza, mais do que a sensação, de que Mario Bergoglio falou bem, mas pregou no deserto. Os pobres continuam pobres, as armas não se calam e muitos daqueles que ontem o elogiaram pouco ou nada fizeram para mudar a realidade, apesar do poder que têm para o fazer. E não é de esperar que a partida de Francisco para junto do Pai venha alterar o que quer que seja. O mundo amanhã estará como ontem o conhecemos. Para o povo que escutou as suas palavras e seguiu os seus passos, sobretudo os católicos, fica a imagem de um homem bom, que “meteu a fé nos corações”, como ontem ouvi de uma devota em lágrimas. Que a Igreja não desperdice o caminho desbravado pelo Papa que veio “do fim do Mundo” e saiba encontrar um sucessor à altura, que conclua a missão.

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