Alguns factos: Luís Montenegro apresentou duas estimativas do custo da sua casa em Espinho calculadas a 500 euros por metro quadrado. Em 2016, o Fisco, para efeitos de IMI, calculava o metro quadrado em 603 euros e o valor de mercado em Espinho já andava pelos mil euros. Esta e outras discrepâncias tornam imperioso que se conheçam todas as faturas emitidas e pagas. Que se apurem todas as relações comerciais estabelecidas, da empreitada, eventuais subempreitadas a fornecedores. Luís Montenegro não é um particular. É um líder partidário e primeiro-ministro ainda em funções, obrigado a requisitos elementares de clareza. A construção da casa, o seu custo e contrato de empreitada, não estavam no objeto do inquérito judicial aberto e, entretanto, arquivado. Estavam o licenciamento e as consequências fiscais. Agora, das duas uma: ou Montenegro entrega, finalmente, as faturas à PJ e ao MP ou estes as pedem com carácter imperativo. Ficam também, porventura, MP e PJ com a necessidade de ouvir o ex-diretor municipal das obras e o presidente da câmara da época, Pinto Moreira, que desafiou Montenegro quando este o instou a abdicar do lugar de deputado por ser arguido no Vórtex. Só está nas mãos de Montenegro evitar que se adense ainda mais o cheiro a esturro da sua vida patrimonial. Mas as exigências sobre MP e PJ também aumentam a cada dia de silêncio do líder do PSD.
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