Até a esquerda alinha com opinião de Ventura
Quase 80% dos eleitores de PSD e CDS dizem concordar com declarações do candidato sobre ciganos.
Quase sete em cada dez portugueses concordam com a opinião do candidato do PSD à Câmara de Loures, André Ventura. De acordo com a sondagem da Aximage para o CM, 67,8% dos inquiridos alinham com Ventura, que disse que "os ciganos vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado" e se acham "acima das regras do Estado de Direito", em entrevista ao ‘i’ a 17 de julho.
O estudo de opinião é claro: os eleitores, sejam de esquerda ou de direita, concordam com a afirmação. Sem surpresas, é nos partidos da direita que a concordância é maior. Oito em cada dez eleitores do CDS concordam com Ventura. Já do lado do PSD, 74,9% alinham com o candidato do partido a Loures.
A surpresa surge à esquerda. Os partidos que mais criticaram o professor universitário veem os seus eleitores alinhar com Ventura. O PCP, partido de Bernardino Soares, atual autarca de Loures, que acusou o candidato de xenofobia, vê 63,8% dos seus eleitores concordarem com o social-democrata.
Já o PS, que, pela voz do próprio primeiro-ministro e secretário-geral do partido, António Costa, desafiou o PSD a tirar o apoio a Ventura, tem 61,1% dos eleitores a apoiarem a afirmação. O mesmo acontece no Bloco, em que 55,7% dos que apoiam o partido alinham com André Ventura. Note-se que o BE chegou a apresentar uma queixa-crime contra o candidato do PSD por difamação e discriminação.
Depois das declarações polémicas, o CDS retirou o apoio político a André Ventura. "Jamais deixaria que o CDS pudesse ser associado ao racismo", disse Assunção Cristas, na altura. O professor universitário é agora apoiado por PSD e PPM.
Além de Ventura, concorrem à Câmara de Loures o atual autarca, Bernardino Soares, da CDU, Sónia Paixão, do PS, Pedro Pestana Bastos, do CDS, Ana Sofia Silva, do PAN, Fabian Figueiredo, do BE, Livre e MAS, e Mário Pontes, do PDR e JPP.
FICHA TÉCNICA
Universo: indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal com telefone fixo no lar ou possuidor de telemóvel.
Amostra: aleatória e estratificada (região, habitat, sexo, idade, escolaridade, actividade e voto legislativo) e representativa do universo e foi extraída de um sub-universo obtido de forma idêntica. A amostra teve 597 entrevistas efectivas: 291 a homens e 306 a mulheres; 57 no Interior Norte Centro, 82 no Litoral Norte, 103 na Área Metropolitana do Porto, 120 no Litoral Centro, 164 na Área Metropolitana de Lisboa e 71 no Sul e Ilhas; 92 em aldeias, 162 em vilas e 343 em cidades. A proporcionalidade pelas variáveis de estratificação é obtida após reequilibragem amostral.
Técnica: Entrevista telefónica por C.A.T.I., tendo o trabalho de campo decorrido nos dias 29 e 30 de Agosto de 2017, com uma taxa de resposta de 83,5%.
Erro probabilístico: Para o total de uma amostra aleatória simples com 597 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,020 (ou seja, uma "margem de erro" - a 95% - de 4,00%).
Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de Jorge de Sá e de João Queiroz.
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