Passos Coelho quer fim do teatro entre PSD e Chega
Antigo primeiro-ministro diz a Ventura para se “moderar” e recebe, em troca, apoio do partido para uma futura candidatura presidencial.
Sem mencionar nomes, Pedro Passos Coelho pediu esta segunda-feira que PSD e Chega encontrem consensos, apontando que "há pessoas que se começam a maçar desse teatro", numa alusão ao afastamento entre os dois partidos. "As pessoas não gostam de ser tratadas como figurantes", afirmou o antigo líder social-democrata, durante a apresentação do livro, na livraria Buchholz em Lisboa, ‘Identidade e Família’, que ataca o aborto e a "ideologia de género". O antigo primeiro-ministro lançou um alerta: "É fundamental que possamos olhar para as pessoas que tenham ficado desiludidas."
Na assistência, o presidente do Chega, André Ventura, ouviu as opiniões de Passos Coelho, enquanto o ministro da Defesa, Nuno Melo, foi o único elemento do Governo presente. Na primeira fila, o centrista ouviu Passos elogiar a mudança do logotipo governamental: "O novo Governo começou bem com medida simbólica, mas importante. Não podemos fazer de conta que se pode brincar com os símbolos, porque pertencem a todos", apontou.
Criticou ainda a dissolução do SEF, que disse ser "uma ideia demagógica e populista, de cortar o mal pela raiz, acabando com as instituições. Isso não faz sentido". Alertou ainda para a imigração e a segurança, realçando que "Portugal está a atrasar-se" no controlo de fronteiras.
Quanto a Ventura, cumprimentou Passos Coelho e ouviu um conselho para que tenha mais ponderação, diálogo e humildade, correspondido com um apoio do Chega a uma eventual candidatura presidencial. Apesar dos pedidos de consenso, Passos Coelho garantiu: "Sou do PSD. Não há dúvidas sobre isso." Quanto à temática do livro, o social-democrata rejeitou os "rótulos que são colocados com uma intenção clara de desclassificar e di- minuir certas opiniões", su- blinhando que foi chamado de "fascista imensas vezes".
À saída da livraria Buchholz, uma manifestação com cerca de dez pessoas esperava os intervenientes, mas o grupo, com bandeiras LGBT e de cara tapada, dispersou antes da saída de Passos Coelho e André Ventura.
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