Ventura afirma que Gouveia e Melo é cada vez mais o candidato das causas do PS

André Ventura criticou as posições assumidas pelo almirante Henrique Gouveia e Melo.

18 de outubro de 2025 às 18:43
Gouveia e Melo Foto: José Sena Goulão/Lusa
Partilhar

O líder do Chega afirmou este sábado que Gouveia e Melo protagoniza cada vez mais as causas do PS, sobretudo por ter Mário Soares como modelo presidencial, e apostou que o ex-primeiro-ministro António Costa vai votar no almirante.

André Ventura falava à entrada para a sessão de abertura da conferência comemorativa dos 50 anos do IDL - Instituto Amaro da Costa, no Teatro Thalia, em Lisboa, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Pub

Em declarações aos jornalistas, André Ventura criticou as posições assumidas pelo almirante Henrique Gouveia e Melo na entrevista que concedeu à agência Lusa, designadamente sobre modelo ideal de Presidente da República e sobre imigração.

"Disse que se revê na presidência de Mário Soares e que ao fim de dez anos um imigrante, um indivíduo do Bangladesh, da Índia ou do Paquistão, é tão português como nós. Isto não é uma candidatura de alguém que ama o seu país. É uma candidatura de alguém que pensa como a esquerda pensa", considerou o candidato presidencial do Chega.

Para André Ventura, o ex-chefe do Estado-Maior da Armada "em cada dia que fala mostra que é cada vez mais o candidato do PS", o que, na sua perspetiva, vai complicar a situação de António José Seguro, o candidato que será apoiado pelos socialistas.

Pub

"Se estivesse na posição de António José Seguro, eu estaria preocupado, porque cada dia que o almirante fala está a juntar novos apoios socialistas. E aposto que o doutor António Costa vota no almirante Gouveia e Melo para presidente da República e há todo um PS que prefere o almirante ao António José Seguro, mas isso é com eles, não é um problema nosso", rematou.

Perante os jornalistas, André Ventura também defendeu a tese de que o fundador do CDS e antigo ministro Adelino Amaro da Costa, se fosse vivo, partilharia algumas causas do Chega, como o combate à imigração e à corrupção.

"Foi uma figura incontornável da direita portuguesa, com quem aprendi, embora tenha falecido antes de eu próprio nascer. Como candidato a Presidente da República, entendo que é importante e fundamental que o espaço da direita, do centro-direita, cerre fileiras em torno dos grandes combates do nosso tempo", disse.

Pub

A seguir, assinalou que Amaro da Costa não viveu num tempo em que a imigração é um desafio ou em que as lutas culturais são um desafio.

"Teve outros desafios e travou-os no seu tempo. Agora, estamos a travar a luta contra a corrupção, contra a imigração descontrolada, pela segurança. E estas são as novas batalhas da direita. Se Adelino Amaro da Costa vivesse hoje, ele estaria ao lado destas batalhas da direita", advogou o presidente do Chega.

Mas foi mais longe ao procurar traçar uma separação entre a vida política de Amaro e o que representa atualmente a candidatura presidencial do almirante Gouveia e Melo.

Pub

"Tenho que o dizer e acho que aqui é o momento. O almirante Gouveia e Melo disse que se revê na presidência do doutor Mário Soares. Se alguém em que Adelino Amaro da Costa não se reveria seria na presidência do doutor Mário Soares", acrescentou.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar