Presidente cessante da Assembleia Municipal de Lisboa diz que "próximo mandato será igualmente exigente"
Rosário Farmhouse falou na cerimónia de tomada de posse dos órgãos municipais da cidade.
A presidente cessante da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), Rosário Farmhouse (independente eleita pela coligação PS/Livre), disse esta terça-feira que o mandato 2021-2025, agora a terminar, "foi um enorme desafio" e afirmou que "o próximo mandato será igualmente exigente".
"O mandato que termina hoje foi um enorme desafio para todos nós que estivemos investidos em responsabilidade de serviço à coisa pública, em particular nas autarquias locais", afirmou Rosário Farmhouse, no início da cerimónia de tomada de posse dos órgãos municipais para o mandato 2025-2029, na Gare Marítima de Alcântara.
A presidente cessante resumiu o mandato 2021-2025 em três palavras: trabalho, com quase 1.500 reuniões; participação, porque "foi o mandato com maior participação cidadã"; e governabilidade. "Das 584 propostas da câmara, apenas quatro foram rejeitadas, apesar de a maioria da Assembleia Municipal ser diferente da Câmara Municipal de Lisboa", referiu.
"O próximo mandato será igualmente exigente. Todos serão convocados para encontrar as melhores soluções para resolver os problemas das nossas comunidades e, assim, proteger a democracia, o seu prestígio e a esperança de que o nosso povo nela deposita de constituir o melhor caminho para o desenvolvimento e para a paz", afirmou Rosário Farmhouse, que não voltou a ser candidata nas últimas eleições autárquicas.
Centenas de personalidades da vida política, como Aníbal Cavaco Silva (PSD), Manuela Ferreira Leite (PSD), Paulo Portas (CDS-PP), Mariana Leitão (IL) e João Cotrim Figueiredo (IL), participam na cerimónia de instalação dos órgãos municipais, com a posse dos 17 eleitos para a Câmara de Lisboa, incluindo o reeleito presidente, Carlos Moedas (PSD), e dos 75 deputados da Assembleia Municipal, em que se incluem os 24 presidentes de Juntas de Freguesia.
Na sua intervenção, Rosário Farmhouse saudou todos os eleitos para os órgãos autárquicos e agradeceu aos deputados municipais o empenho e a dedicação no escrutínio da atividade da Câmara Municipal de Lisboa, referindo que "as assembleias municipais têm uma importância central na democracia, são o espaço onde a voz dos cidadãos se faz ouvir e onde se tomam decisões que influenciam diretamente a vida das comunidades".
"Cabe-lhe fiscalizar a ação das câmaras municipais, garantindo transparência, responsabilidade e respeito pela vontade popular. Mais do que um órgão político, a Assembleia Municipal é símbolo vivo da participação democrática, um lugar onde diferentes ideias se encontram para construir soluções em benefício de todos", disse.
Dirigindo-se a todos os representantes eleitos, a presidente cessante da AML desejou-lhe "a melhor sorte, saúde e vontade de transformar Lisboa numa cidade cada vez melhor", inclusive numa cidade humanista, "preocupada com todas e com cada uma das pessoas, que procura encontrar soluções para que ninguém fica para trás, para que todas as pessoas possam sentir-se parte integrante da cidade, independentemente do local onde nasceram, da língua que falam, da religião que professam ou não professam, do seu tom de pele, da sua orientação sexual ou da sua opção política".
"Numa cidade atenta, com respostas para o ambiente verde e sustentável, e para uma vida saudável. Numa cidade protetora, que procura a equidade tentando ir ao encontro das necessidades concretas de todas as pessoas, encontrando soluções diferenciadas para as famílias, desde as creches gratuitas, fomentando o crescimento demográfico, às respostas de habitação de renda acessível ou o apoio aos mais velhos. Numa cidade resiliente, capaz de transformar as dificuldades em desafios, encontrando soluções rápidas, inovadoras e criativas. Numa cidade sonhadora, que acredita que melhor é possível, porque o impossível é apenas aquilo que ainda não foi feito", acrescentou.
"Que o vosso mandato seja sempre para bem de Lisboa", desejou Rosário Farmhouse.
Nas eleições de 12 de outubro, Carlos Moedas foi reeleito presidente através da candidatura "Por ti, Lisboa" - PSD/CDS-PP/IL, que obteve 41,69% dos votos e conseguiu oito mandatos, mais um do que os sete alcançados em 2021. Ficou a um de obter maioria absoluta, o que exigiria a eleição de nove dos 17 membros que compõem o executivo da capital.
A segunda candidatura mais votada foi a "Viver Lisboa" - PS/Livre/BE/PAN, encabeçada pela socialista Alexandra Leitão, que teve 33,95% dos votos e elegeu seis vereadores, seguindo-se o partido Chega, com 10,10% dos votos e dois mandatos, e a CDU (coligação PCP/PEV), que obteve 10,09% dos votos e elegeu um vereador, tendo falhado a eleição de um segundo mandato pela diferença de um voto em relação ao Chega.
Imediatamente a seguir à instalação dos órgãos municipais para o mandato 2025-2029, decorrerá a 1.ª sessão extraordinária da AML, para eleição da Mesa da AML, que substituirá a presidente cessante, Rosário Farmhouse.
Nestas eleições, a lista mais votada para a AML foi da coligação PSD/CDS-PP/IL, encabeçada por Margarida Mano (PSD), ex-ministra da Educação e Ciência no Governo de Pedro Passos Coelho, seguindo-se a candidatura PS/Livre/BE/PAN, tendo como cabeça de lista André Moz Caldas (PS), ex-secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros no Governo de António Costa.
Entre os 75 membros que compõe a AML, a coligação PSD/CDS-PP/IL elegeu 21 deputados, a que se juntam 11 presidentes de juntas de freguesia, a candidatura PS/Livre/BE/PAN obteve 18 deputados, somando 12 presidentes de juntas, a CDU conseguiu seis eleitos e um presidente de junta (Carnide) e o Chega elegeu seis deputados.
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