Antigo secretário-geral da UGT Torres Couto tetraplégico após acidente na autoestrada

Histórico dirigente sindical diz que trava agora "o maior combate" da sua vida.

12 de novembro de 2025 às 10:57
Torres Couto sofreu um grave acidente há duas semanas
Torres Couto, antigo líder da UGT, discursa num evento Foto: Alexandra Silva
Torres Couto discursa para apoiantes junto à Torre de Belém Foto: Hugo Correia
Torres Couto, ex-líder da UGT, enfrenta tetraplegia após acidente

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Torres Couto, antigo secretário-geral da UGT, ficou tetraplégico na sequência de um acidente que sofreu na autoestrada há duas semanas, quando seguia com a mulher entre Setúbal e Lisboa. Em declarações à CNN Portugal o antigo deputado do PS, de 78 anos, relatou o sucedido, frisando que o cinto de segurança salvou-lhe a vida mas acabou por lhe deixar lesões irreversíveis   

"Ia na faixa do meio da autoestrada e de repente começou a chover bastante. Quem conduzia era a minha mulher. Nesse preciso momento, um carro entrou em despiste e bateu na nossa traseira. Deslizámos quase 300 metros na autoestrada, a fazer piões, e fomos chocar contra outro carro", explicou.

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"Logo no momento em que batemos senti que foi o cinto de segurança que me prendeu e fiquei logo tetraplégico”, contou, acrescentando que ficou aliviado ao perceber que a mulher não tinha sofrido ferimentos graves. "Pensei que ela teria morrido. Mas eu já não tinha sensibilidade nenhuma do pescoço para baixo. Felizmente vi-a fora do carro, o que me deu tranquilidade. Mas perdi tudo. Só pensei que ia morrer naquele instante."

Torres Couto recordou que as dores foram "descomunais". "É como receber 300 ou 400 choques elétricos a cada instante. É uma coisa horrível, horrível, horrível”, referiu, acrescentando que o condutor do outro veículo pediu-lhe perdão, quando se encontrava dentro da ambulância.

Agora, o histórico dirigente sindical admite que trava "o maior combate" da sua vida. "Ao principio a minha vontade era morrer. Mas faço tudo o que me pedem para melhorar os meus movimentos, com lágrimas, dor, sempre perto da minha família, que está desesperada com a situação em que me encontro."

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A finalizar, deixou uma triste constatação: “Os portugueses são o único povo da Europa que conduzem da mesma maneira, com muita chuva ou com muito sol. E isso é uma causa. A segunda causa são os telemóveis. O governo tem que fazer uma campanha mais agressiva e tem de haver uma vigilância implacável ao uso dos telemóveis na condução.”

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