António Costa defende que legitimidade reforçada dos presidentes "em nada contribuiu" para estabilidade política
"Todos os presidentes a tendo utilizado no segundo mandato para confrontar a solução de governo existente, mesmo que dispondo de maioria na AR", escreve António Costa.
O ex-primeiro-ministro António Costa considera que a legitimidade eleitoral dos presidentes da República portugueses "em nada contribuiu para a estabilidade política", mas tão só para confrontar as soluções dos governos.
"Vinte e cinco governos e dez dissoluções da Assembleia da República em 50 anos confirmam que a legitimidade eleitoral reforçada do PR em nada contribuiu para a estabilidade, antes pelo contrário, todos os presidentes a tendo utilizado no segundo mandato para confrontar a solução de governo existente, mesmo que dispondo de maioria na AR", escreve António Costa no prefácio do último livro do constitucionalista Vital Moreira, "Que Presidente da República para Portugal? Contra a tentação presidencialista", lançado em outubro pela Bertrand editora.
A frase de António Costa reveste-se de especial relevo, uma vez que após a sua demissão do cargo de primeiro-ministro, em novembro de 2023, na sequência da Operação Influencer, que investiga negócios de lítio de hidrogénio e a criação de um centro de dados em Sines, que ainda não teve qualquer desfecho, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recusou dar posse a outro chefe do Governo da área socialista, Mário Centeno, optando por dissolver o parlamento e convocar eleições, apesar de haver um governo com apoio maioritário.
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