António Costa e Catarina Martins prontos para dialogar
Socialista não descarta nova parceria. Bloquista lembra que não há “cheques em branco”.
Haja ou não maioria absoluta do PS a 6 de outubro, há uma coisa em que António Costa e Catarina Martins estão de acordo: o diálogo é para continuar.
"Não abri uma porta de diálogo para fechar essa porta", garantiu o secretário-geral do PS. Em resposta, Catarina Martins diz que está "sempre disponível para soluções" que permitam a estabilidade da vida dos portugueses. "Mas também sabe que não há cheques em branco", avisou o adversário.
No debate desta sexta-feira na RTP, Catarina Martins classificou como "perigosa" uma maioria absoluta do PS. Costa lembra que nunca pediu essa meta e lamenta que o Bloco a introduza no programa eleitoral. "Nunca nos batemos pelo enfraquecimento de ninguém", criticou.
Foi nas contas que o debate subiu de tom. António Costa recuperou que o programa do Bloco prevê uma despesa anual de 30 mil milhões de euros. "Um programa de governo não pode ser uma lista de prendas de Natal. Governar exige escolhas", defendeu. Catarina Martins defendeu o equilíbrio dos números que propõe, alertando que o programa do PS "é pouco concreto, não tem contas".
No tema das nacionalizações, que divide os atuais parceiros de geringonça, também não houve acordo. "Eu não vou gastar o dinheiro dos portugueses a fazer estas nacionalizações", assegurou Costa, dizendo que prefere orientar o dinheiro para melhorar a saúde e a educação. "Nacionalizada a REN já está, mas é uma nacionalização chinesa", ironizou a bloquista.
Costa insiste que está disponível para continuar as opções tomadas durante esta legislatura, sem comprometer as contas do País. Catarina Martins diz que agora é "tempo de balanço" e define já problemas que quer ver revistos se voltar a apoiar um governo socialista: "Tivemos fracassos como no caso dos professores ou dos precários e erros como o Novo Banco."
SAIBA MAIS
15
minutos era o tempo previsto para cada líder expor a sua posição. Costa ultrapassou este limite, prometendo, em tom de brincadeira, que a bloquista ficava com esse "crédito" para descontar numa futura oportunidade de frente a frente.
Carreira dos professores
Questionado sobre a reposição da carreira dos professores, António Costa desviou o discurso para outras questões do setor. Perante a insistência, acabou por admitir que esse tema "é um assunto que está encerrado" para o PS.
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