Assunção Cristas e Rui Rio desalinham até nos impostos
PSD volta a não excluir acordos com apoio ao PS enquanto a líder do CDS rejeita apoios aos socialistas.
O presidente do PSD e a líder do CDS voltaram a dar sinais de que um entendimento entre os dois partidos é um cenário praticamente impossível. Rui Rio continua a não excluir acordos com o PS, enquanto Assunção Cristas rejeita "de forma cristalina" qualquer apoio a António Costa. Nem nas matérias fiscais os líderes da direita se entenderam.
Num debate na SIC, Cristas fez questão de frisar "que é o único partido com representação parlamentar que diz com clareza cristalina que não dará apoio ao PS". Rio afirmou que continuará a procurar "com os outros partidos ser útil ao País".
Apesar das farpas trocadas, os dois partidos explicaram que não concorrem juntos às Legislativas para mostrarem as diferenças dos respetivos programas. "Estou convencido de que os portugueses percebem que quando há eleições fazemos os possíveis para nos diferenciar", disse o líder social-democrata.
Rio até lembrou as várias coligações passadas com o CDS –incluindo quando governou a Câmara do Porto -, mas até na descida do IRS – medida que tanto o PSD como o CDS defendem – as divergências ficaram à vista. A líder do CDS explicou querer usar 60% do excedente orçamental para reduzir o IRS e 40% para abater à dívida. Rio explicou que a estratégia do PSD é outra, e que só "25% dessa folga é para baixar impostos". "A baixa de impostos é um bom exemplo para se perceber como PSD e CDS convergem mas com prioridades diferentes."
Quanto à Função Pública, Cristas explicou que não propõe a reposição das 40 horas semanais porque isso obrigaria a mais despesa do Estado e que a prioridade dos centristas "é a descida da carga fiscal". Já o líder do PSD, Rui Rio, justificou-se com o facto de ser contra Governos que alteram medidas dos antecessores. "É desejável que haja estabilidade e se for possível melhorar os serviços públicos sem mexer nisso faremos um esforço para não mexer."
PSD volta a negar falhas no dossiê dos professores
O líder do PSD voltou a rejeitar ter cometido um erro na questão da devolução do tempo de serviço dos docentes, depois de a bancada social-democrata ter mudado a votação de um diploma que alinhavou com a esquerda. "O que fizemos na altura está perfeitíssimo, não tenho de alterar nada." Cristas teve postura diferente: "Se não conseguimos explicar a nossa posição só posso concluir que foi um erro."
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