Avença a Joana Amaral Dias lança guerra interna no ADN
Presidente diz que pagamento é "compensação" para perdas da psicóloga. Secretário-geral analisa envio de queixa à Procuradoria.
A notícia de ontem do CM que avançou que a psicóloga Joana Amaral Dias cobrou avenças mensais (de valor estimado em 4 mil euros), ao partido Alternativa Democrática Nacional (ADN), por serviços políticos prestados, lançou a guerra interna. Enquanto o presidente, Bruno Fialho, desmente que os pagamentos que admite ter efetuado a Joana Amaral Dias sejam uma avença, classificando-os antes como "compensação pelas perdas salariais" da mesma, o secretário-geral do partido, José Manuel Castro (que se diz desnomeado do cargo por Bruno Fialho após a notícia do CM), pondera avançar com "participação da situação atual do partido à Procuradoria Geral da República".
Em reação à manchete do nosso jornal de ontem que, recorde-se, avançou que o ADN pagou, em 2024, 25830 euros à empresa 'Mutant Expression', propriedade de Pedro Pinto, marido de Joana Amaral Dias, e efetuou já este ano vários pagamentos à mesma firma, destinados a "saldar os serviços prestados pela Joana ao partido", Bruno Fialho considerou este facto "totalmente falso". O líder político admitiu que os pagamentos feitos "não foram avença ou compensação política", mas antes "algo sempre assumido pelo partido, e que se destina a compensar as perdas profissionais e financeiras sofridas por Joana Amaral Dias por ter aceite ser candidata do partido". A própria, em declarações ao canal Now, disse "estar a ponderar" se vai continuar a receber as compensações financeiras.
José Manuel Castro, secretário-geral do ADN, disse, por seu turno, "estar a analisar toda a documentação interna à disposição no partido, sobre esta e outras situações". E, caso "encontre algum ilícito criminal", o advogado diz "ponderar envio de queixa-crime à Procuradoria Geral da República". "Bruno Fialho diz que o partido tem um tesoureiro designado no Tribunal Constitucional, mas todos os pagamentos do ADN são feitos e autorizados por ele, o que pode configurar um ilícito", exemplificou. O responsável, que disse ao CM ter sido afastado "apenas por decisão de Bruno Fialho", acrescentou já ter pedido "ao Conselho Nacional que declare nula a decisão de apoio do partido à candidatura presidencial de Joana Amaral Dias".
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