Bispo reforma-se e lança alerta

"Fico triste por estas lutas [protestos dos militares], mas se fosse sargento também iria para a rua", afirmou ao CM D. Januário Torgal Ferreira, reconhecendo que as "reivindicações dos militares são justas e merecem soluções justas". "Não pedem nem mais, nem menos. Merecem pelo menos uma explicação pública", insistiu, assegurando, porém, ter a "convicção" de que o Governo irá responder aos apelos dos militares.

Para D. Januário a "necessidade mais urgente é o reforço da ideia de condição militar". "É totalmente diferente a condição militar da condição do funcionalismo público", advertiu.

Nas Forças Armadas desde 1989, D. Januário reformou-se como major-general por limite de idade (70 anos) em Fevereiro do ano passado. "Não prometo ficar [como Bispo das Forças Armadas] até aos 75 anos, mas irei esforçar-me para cumprir a minha missão. Tenho de ter a humildade suficiente para reconhecer que terei de sair quando começarem a surgir limitações físicas ou psicológicas", afirmou D. Januário.

Com a passagem à reforma, D. Januário manteve-se como Bispo das Forças Armadas, mas as funções militares de assistência religiosa foram assumidas pelo vigário-geral castrense, padre Amorim, segundo o Ministério da Defesa.